Qual é a importância do brincar na infância?
Por Marketing
19/07/2023
Você já parou para pensar no que representa o brincar na infância? Embora seja uma atividade tão comum no dia a dia de pais e filhos, muitas vezes ela não é tratada com tamanha relevância. No entanto, a brincadeira é fundamental para o desenvolvimento dos pequenos e deve ser vista como uma ferramenta de aprendizado.
Para explicar mais sobre o tema, convidamos a Letícia Vilela, formada em Pedagogia Waldorf, professora e gestora do Jardim Ciranda, de Joinville/SC, além de consultora em iniciativas Waldorf. Ela falou sobre como o exercício de brincar pode ser essencial para as crianças crescerem saudáveis. E claro, compartilhou dicas para os papais e mamães aplicarem em casa!
Mas antes, o que é pedagogia Waldorf?
Muito popular nos tempos atuais, a pedagogia Waldorf é uma linha de educação que tem como objetivo fortalecer a personalidade da criança de forma equilibrada e integrada, estimulando o crescimento holístico.
A partir disso, são criados métodos de ensino adequados a cada fase de crescimento, a fim de incentivar o raciocínio, emocional e a iniciativa de ação.
A metodologia é baseada nos estudos do filósofo austríaco Rudolf Steiner, fundador da antroposofia, que estuda o ser humano nos aspectos físico, mental e espiritual.
A importância do brincar na prática
É brincando que se aprende. Em cada atividade do brincar, a criança desenvolverá habilidades intelectuais, emocionais e físicas, que a ajudarão na vida adulta. Simples brincadeiras podem contribuir no raciocínio lógico, ensinar sobre respeito, atenção, equilíbrio emocional e a superar desafios.
E a boa notícia é que para proporcionar brincadeiras enriquecedoras não é necessário gastar com brinquedos caros, mas sim em estratégias fáceis, adequadas para cada faixa etária.
A pedagoga Letícia explica que no mundo ideal, toda e qualquer criança só deveria brincar, dos 0 aos 7 anos, para garantir a sua evolução humana saudável em todos os aspectos.
“Falamos do brincar como se fosse algo pequeno, mas é a forma como a criança está experimentando o mundo. É a partir da brincadeira que ela vai conhecer o próprio corpo, sentir as cores, temperaturas, texturas, movimentos, desenvolver equilíbrio, tato e todos os outros sentidos a partir dela própria. É um movimento de dentro pra fora. Além do desenvolvimento social, porque ela vai aprender a interagir com outras crianças e adultos. Ou seja, o brincar é muito sério!”
Segundo ela, nos primeiros sete anos de vida é onde ocorre o domínio da motricidade, corpo físico, proficiência e a parte neural. Do ponto de vista fisiológico, é onde o ser humano se apropria do seu próprio corpo e pode atuar no mundo de forma cognitiva e se movimentar.
“A brincadeira é tão importante para a formação plena da criança, que ela deveria ser vista com a mesma seriedade que o adulto enxerga o trabalho”, explica.
Mas para que esse desenvolvimento ocorra, é necessário criar um ambiente propício, que estimule a brincadeira livre, e permita que a criança consiga brincar tanto sozinha como acompanhada.
Para isso, os pais e mães devem criar momentos de qualidade para as crianças, incluindo brincadeiras em situações típicas do cotidiano familiar, como ajudar a cozinhar, organizar a casa, cuidar do jardim e dos animais, por exemplo.
Como as crianças aprendem também a partir da imitação - ou seja, ao verem o que os outros fazem - os pais precisam incluir seus filhos nas atividades que fazem em casa, que servirão de aprendizado para o futuro e darão ideias para brincadeiras divertidas!
Brincadeiras ideais para cada faixa etária
0 a 2 anos
Essa é uma fase de muita descoberta do corpo para as crianças de colo. É quando elas começam a brincar com as próprias mãos e pés. Por isso, é muito comum que queiram pegar e tocar em tudo o que estiver ao alcance.
Para estimular o desenvolvimento nesta faixa etária, a especialista recomenda criar momentos em que a criança fique no chão, em um ambiente seguro, para que se sinta livre para se movimentar, descobrir o próprio corpo e, ao mesmo tempo, fortalecer pescoço, ombros e costas. Desta forma, já vai se preparar para conseguir sentar, levantar e andar sozinha.
Com relação aos brinquedos, a dica é aquela velha máxima: menos é mais. Ofereça potes de plástico para o bebê, para que ele possa tentar abrir e fechar, desenvolvendo a coordenação motora.
Além de auxiliarem na motricidade, ajudam a estimular a imaginação e criatividade. Se for optar por brinquedos, escolha itens simples, como chocalhos ou tecidos. Evite nesta fase brinquedos barulhentos ou que não ofereçam muita interação.
3 a 5 anos
As crianças passam a entender seu ser como individual, percebem o outro e começam a interagir nas brincadeiras.
O papel dos pais nesta idade é oferecer um ambiente rico para a brincadeira acontecer - e aí deixar a criatividade por conta dos pequenos!
Um exemplo é a cabana: colocar um lençol sobre uma cadeira e contar uma história para que a criança entre no tema e construa seu enredo. Ou seja, ela pode imaginar que é uma toca de um coelho, que é uma barraca na floresta e por aí vai. É uma forma de brincar que permite ficar horas no espaço, estimulando o imaginário e a criatividade.
“A criança pode exercitar a sua imaginação com objetos simples, como uma caixa de papelão por exemplo. Elas podem transformar algo que não tem finalidade, como um exercício complexo de criar uma narrativa, imaginando coisas. Quanto menos estruturados os brinquedos, mais elas vão enriquecer o exercício imaginário”, reforça a pedagoga.
Outra oportunidade de desenvolvimento é dar atividades úteis para as crianças, como ajudar em ações do cotidiano. Amassar uma fruta, secar uma louça, lavar uma fruta ou legumes, por exemplo. E claro, sempre com supervisão de um adulto para garantir a segurança!
5 a 7 anos
Essa é uma fase muito interativa, em que as crianças gostam de criar brincadeiras mais estruturadas e organizadas. Um exemplo bem comum nesta idade é fingir que está em um restaurante. Elas se preocupam em criar um ambiente, organizar o espaço para brincar e montar a atmosfera. E gostam muito de convidar pessoas para participar, para interagir com a imaginação.
A dica é explorar essa fase, dando oportunidade para os filhos criarem suas narrativas, exercitarem a imaginação e participar, entrando na brincadeira para contribuir com o exercício imaginário, criativo e organizacional.
E aí, gostou das ideias? Aproveite ao máximo o tempo com os pequenos, permitindo que eles tenham uma infância saudável e criem memórias incríveis para o futuro.
Se você se interessou pelo tema e quer saber mais, assista a live que realizamos com a pedagoga Letícia Vilela no Instagram do Grupo Açucena.